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Se uma
chegada agradável já predispõe a gente a gostar de um determinado
lugar, Oslo já começa com uma grande vantagem. A medida nosso trem se
aproximava da Sentral Statsjonen, o que se via em volta eram apenas
colinas cobertas de vegetação, casinhas coloridas subindo e descendo
pelas encostas e pinheiros. Nada das tradicionais fábricas, avenidas
congestionadas, barulho ou ar poluído. E quando pensávamos que ainda
faltava muito para chegar, pronto! O trem parou e já estávamos bem no
coração da cidade. Oslo é assim, uma cidade que parece ter sido
construída no meio de um parque. Bonita, calma, sem inflação,
desemprego, violência e com um padrão de vida ótimo. É um lugar que a
gente começa a gostar logo que chega. |
A capital da Noruega é
uma cidade relativamente pequena, quando comparada a outras da Europa.
Mas é justamente aí que reside sua grande vantagem. Tudo está por perto
e ao alcance das próprias pernas. Ao lado uma foto da rua Karl Johans
Gate, principal área de pedestres e coração comercial de Oslo. Ela vai
da estação central ao palácio real (Slottet), que pode ser visto bem ao
fundo. Repleta de lojas, restaurantes, bares, sorveterias e muita
gente bonita circulando, ela é o lugar certo para ver e ser visto.
Também nesta área estão situados os imponentes prédios do Parlamento,
Teatro Nacional e da Universidade de Oslo. |
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Ao lado uma foto de
Jernbanetorget, principal praça de Oslo. Trata-se de uma área livre,
entre a estação central, o antigo mercado, e modernos prédios, entre as
quais se destaca o maior shopping da cidade, o Oslo City. Em contraste
com os arredores, não há área verde nesta praça, mas ela é um bom
ponto de partida para conhecer o centro de Oslo. Nos chamou atenção a
imensa escultura de um tigre no meio da praça. |
Nenhum outro ponto da
cidade tem mais importância histórica do que a fortaleza Akershus
Festning, em cuja entrada batemos a foto ao lado. Sua história começa
em 1299, quando o rei Haakon V Magnusson deu a ordem de construir uma
fortaleza para proteger a cidade dos constantes ataques da vizinha
Suécia. Por séculos Akershus tem servido como fortaleza, castelo e
palácio real. Atingida por um grande incêndio em 1527, grande parte de
suas instalações foi devastada, o que levou o monarca Christian IV a
ordenar sua reconstrução, mas com característica de palácio
renascentista. Desde então Akershus Festning permanece, há 700 anos,
como o principal símbolo da independência de Oslo e da própria Noruega.
Hoje em dia, ela não tem mais funções oficiais, e apenas
ocasionalmente é usada para recepções ou eventos importantes.
A boa notícia é que ela está agora aberta à visitação pública,
e podem ser apreciados imensos salões, a capela real, mausoléu real e o
salão de banquetes, entre outras atrações. A má notícia é que a visita
tem que ser agendada com antecedência de vários dias, e que a taxa de
visitação correspondia, na ocasião de nossa visita, a 100 dólares por
pessoa! Por esta razão, nossa visita a Akershus limitou-se à parte
externa do castelo... |
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Outra foto da principal
rua da cidade, a Karl Johans Gate, no trecho aberto ao trânsito. Se
estiver à procura de um restaurante, aconselhamos a olhar os preços
antes de sentar à mesa. Oslo é uma das cidades mais caras da Europa, e
qualquer coisa que se precise comprar, como por exemplo, uma garrafa de
água, assusta pelo preço. Mesmo assim, conseguimos encontrar alguns
poucos lugares com preços razoavelmente aceitáveis, como o simpático
Mamma Rosa (rua Slottsgt 12, não serve nenhum tipo de cerveja ou
vinho), o Jafs! (mistura de restaurante com lanchonete, com pratos
saborosos e bem servidos, tipo frangos inteiros com fritas e salada,
etc), e pouco adiante o Peppes Pizza, acolhedor, simpático, e com uma
garçonete que queria saber tudo sobre o Brasil. Todos estão situados na
rua Johans Gate. |
Uma das visitas mais
interessantes em Oslo é ao Vikingskiphuset. Este museu tem em exposição
três embarcações Vikings, encontradas depois de permanecerem
enterradas por séculos. A mais impressionante é a Oseberg (foto ao
lado), construída no século 9. Na época Viking, era costume enterrar
reis e rainhas junto de suas embarcações. Pois este barco de 19 metros
de comprimento serviu como túmulo de uma rainha Viking e seus escravos.
Graças a este estranho ritual, e às características do terreno onde o
Oseberg foi enterrado, hoje podemos apreciar esta embarcação num estado
quase perfeito, inclusive com vários pertences, ferramentas, e
ornamentos daquela civilização sobre a qual sabemos tão pouco. O Museu
Viking está situado na península de Bygdøy, cerca de 8 km do centro. A
melhor forma de ir é embarcando no ônibus 30, que passa em frente ao
Teatro Nacional . |
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A civilização Viking é uma das
que mais interesse tem despertado nos estudiosos, e ao mesmo tempo
sobre a qual muito pouco é conhecido. Eles eram originários da região
que hoje corresponde aos países Nórdicos (Noruega, Suécia e Dinamarca).
Enquanto os Vikings da Suécia e Dinamarca partiram para conquistar
territórios da Europa do leste e oriente, os Vikings da Noruega partiam
rumo a Inglaterra, Norte da Alemanha e França, tendo chegado até a
América do Norte.
Hoje já é sabido que Colombo não
foi o primeiro homem europeu a chegar ao novo mundo, e sim Leif
Eirikson, um Viking, 500 anos antes. Entre as cidades conquistadas
pelos Vikings estavam Paris, Londres, Jerusalém, Constantinopla e
Lisboa. Estiveram ainda no Império Bizantino, Rússia norte da África.
Atacando, pilhando, aprisionando homens para fazê-los escravos, e
raptando mulheres para servi-los, eles aterrorizaram praticamente metade
do mundo então conhecido.
Além de exímios guerreiros,
navegadores, aventureiros e ambiciosos, um dos fatores determinantes
para tornar os Vikings tão poderosos foram suas excelentes embarcações.
Eram geralmente construídas com madeira de carvalho, e sua técnica de
construção era primorosa. Eram simples, com cerca de 30 metros de
comprimento e 5 de largura, sem cobertura e com apenas uma vela
amarrada a um mastro central. A influência da civilização Viking foi
marcante em toda Europa. Diversos povos tiveram palavras Vikings
incorporadas ao seu idioma, e muitas cidades da França, Inglaterra e
Rússia tem até hoje nomes de origem Viking.
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O parque mais famoso de
Oslo às vezes surpreende seus visitantes. Trata-se do Vigeland Park,
situado a leste do centro. Mais de um milhão de visitantes por ano vem
conhecer a obra de Gustav Vigeland. Este artista deixou 192 esculturas
no parque, com temas diversos, como namorados, velhos, mendigos e
amantes, sendo que algumas são bastante ousadas. O Vigeland Park, ou
Frognerparken, é uma área verde, boa para caminhadas em uma tarde de
primavera, e em seu ponto central está uma escultura feita a partir de
um único bloco de pedra, com 14 metros de altura, representando 121
figuras humanas. A melhor forma de chegar lá é de metrô. Desça na
estação Majorstuen. |
Outra atração
famosa em Oslo é o Norsk Folkemuseum. Se você já viu a página de
Estocolmo deve ter lido sobre o Skansen. Pois bem, o Norsk Folkemuseum é
um Skansen à moda Norueguesa. Consiste num museu a céu aberto, situado
em um parque arborizado, onde estão dezenas de prédios e construções
típicas da Noruega, de diversas pocas. São 150 galpões, escolas,
estábulos, etc, sendo que a mais bonita é a igreja Gol Stave,
construção do século 13 toda em madeira, que foi desmontada peça por
peça e transferida para cá, em 1885.
Durante o verão, o qual termina oficialmente em meados de
setembro, também são freqüentes no Norsk Folkemuseum apresentações de
danças típicas Norueguesas e comemorações diversas. Ao lado, a foto de
uma típica casa do interior do país, datando do século 17. O museu está
situado na península de Bygdøy, logo depois do museu Viking. Visitando
um, não deixe de conhecer também o outro. |
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Foto de uma rua central
de Oslo. Falando nisso, vamos ser sinceros sobre o que sentimos
percorrendo as ruas da cidade: Não espere encontrar muitas belezas por
aqui. Ao contrário das outras capitais escandinavas, Oslo não tem
muitos prédios históricos ou bonitos, e o estilo de construção
predominante na cidade, nos lembrava uma obra de Picasso, mais
especificamente de sua fase cubista... Grande parte dos prédios são
quadrados, pesados e não chegam a impressionar bela hormonia de linhas e
beleza. Não chegamos a descobrir se este estilo tem relação com o
clima, o frio que predomina aqui durante a maior parte do ano, ou se
esta é simplesmente a preferência local em termos de estilo. De
qualquer forma, isto ficou para nós apenas como um detalhe, que em nada
influenciou a boa impressão que a cidade transmite aos visitantes. |
Um passeio interessante nos
arredores é visitar o Skimuseet, no bairro de Holmenkollen. Como o nome
já informa, é um museu dedicado à prática do esqui na neve. Ao chegar
lá pegue o elevador até o topo da rampa de salto, de onde se pode ver
toda cidade, mais abaixo. Na parte da baixo da rampa situa-se o museu,
onde podem ser apreciadas fotos, condecorações e muitos outros itens
relacionados a este esporte, praticamente uma paixão nacional do país.
Quando estivemos lá não havia neve, mas se sua visita for durante o
inverno, temos certeza que vai ser ainda mais divertida. Acesso pelo
metrô, estação Holmenkollen.
Os fiordes (fijords)
são canais que entram terra adentro, geralmente ladeados por altas
escarpas e montanhas, e se tornaram uma das marcas registradas da
Noruega. A foto de publicidade ao lado mostra um típico fiorde da
região. Quem tiver mais tempo não deve deixar passar a oportunidade de
fazer um passeio pelos fiordes próximos à cidade. Os cruzeiros que
partem rumo aos mesmos são um roteiro à parte, organizados por empresas
de navegação e com duração variada, variando, em média, de três dias a
uma semana de duração. Infelizmente não tivemos tempo suficiente para
embarcar num destes roteiros, mas fica aqui a sugestão para quem
dispuser de alguns dias para passeio que, com certeza, será memorável. |
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Já quem não tiver tempo
suficiente para um excursão pelos fiordes, tem outra alternativa, mais
próxima e rápida. Vá até Grefsenkollen, situado apenas a 10 km do
centro. O acesso até lá é feito pelo ônibus 56C. A partir deste
mirante, situado a 380 metros de altura, é possível apreciar uma bela
vista de Oslo, ela própria situada num discreto fiorde. A seus pés será
possível também apreciar o lago Trollvann e uma pequena praia, que faz
a alegria dos moradores de Oslo nos dias quentes de verão. E só para
deixar bem claro o assunto, um dia quente de verão em Oslo significa uma
temperatura de, no máximo, 25 graus centígrados!
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Ao lado, o prédio da
prefeitura, em nítido estilo cubista. Inaugurado em 1950, a construção é
internamente decorada com motivos da história e cultura norueguesa.
Depois do castelo Festning, esta é a construção mais famosa da cidade.
Não dá para dizer que seja um prédio bonito, mas em compensação está
situado na área mais nobre da cidade, frente à baía de Pipervika, que é
adornada por espaços abertos e uma praça que, embora gelada, é
decoradas com belas esculturas. Daqui zarpam diversas embarcações, tanto
rumo à península Bygdøy, como com destino aos fiordes mais próximos. |
Entre os museus
mais renomados de Oslo não pode ser esquecido o Munch Museet,dedicado a
Edward Munch, provavelmente o mais famoso pintor Norueguês de todos os
tempos. Dentre todas suas obras, destaca-se O Grito, considerado um
ícone mundial, até mesmo no cenário pop. O acesso ao museu pode ser
feito pelo metrô (estação Tøyen), ou então de ônibus (linha 20).
Quem chega ou
parte de Oslo de avião passa pelo aeroporto de Gardermoen, situado 50
km ao norte da cidade. Ele foi construído assim longe para manter
poluição e barulho bem longe. Nem pense em pegar um táxi, pois isto
sairia uma fortuna. A melhor forma de transporte entre Gardermoen e a
estação central de Oslo é o Flytoget, trem expresso com partida a cada
10 minutos. O trajeto entre os dois pontos leva aproximadamente 15
minutos, e os bilhetes devem ser comprados antecipadamente na própria
estação ou no aeroporto. A estação do trem é no subsolo do aeroporto.
Oslo foi nossa última
parada nas terras nórdicas, e podemos dizer que foi um fecho de ouro.
Saímos de lá um pouco assustados com os preços, mas também satisfeitos
em ficar conhecendo esta cidade, como se diz por aí, pequena, porém
decente. Mesmo em fins do verão é um lugar frio e ventoso, e deu pra
perceber que não deve ser fácil enfrentar seus invernos. Não é uma
cidade de arquitetura bonita, mas é agradável, e tem alguma coisa de
cidade do interior, o que pode ser sentido na tranqüilidade e educação
por parte de todos que aqui conhecemos. De uma forma geral, pode-se
dizer que, passados mil anos, os descendentes dos Vikings estão agora
bem mais agradáveis e civilizados :-)
fonte: imagensviagens.com |
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